quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Ambivalência

Sinto-me mal por me estar a sentir bem
Por favor, não digas a ninguém.
Não reveles o abismo na minha alma,
Desculpa, tem um pouco mais de calma.

O sofrimento que o prazer me deu
Me tornou mais pequeno debaixo do céu,
Me familiarizou com a solidão
Que sempre almejou e me quis ter na mão.

Os sentidos que sempre uniram os cacos,
Me responsabilizaram pelos meus hiatos.
Cresceram em verdade e ironia,
Como a noite, sempre, preexiste ao dia.

A morte que sempre me assustou
Soube o preço, desistiu, não comprou.
Tanta vida no velório de um momento,
O meu aliado e confidente será o tempo.

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