Um grau ainda mais acima, encontramos os tolos. O tolo não carece necessariamente de inteligência e pode mesmo ter juízo. Mas exerce-o mal e, sobretudo, é vaidoso, porque gosta de comunicar e tem necessidade dos outros: social enquanto os brutos são solitários. É grandiloquente e enfático, ao jeito de Trissotin em Les femmes savantes. O tolo não é passivo: por vezes, como Bouvard e Pécuchet, tem uma atividade transbordante. Não é hostil ao saber e não é incapaz de o adquirir, mas a sua tolice deve-se ao facto de não saber aplicá-lo ou pô-lo em prática.
Da Tolice às Balelas, Pascal Engel
Sem comentários:
Enviar um comentário