"Há uma centena de notáveis que não se importam que lhes espreitem os emails, lhes leiam os SMS e lhes vasculhem a correspondência. Estão no seu direito. “Quem não deve não teme.”
Eu, pelo contrário, não gosto. Detesto. Não suporto. Irrita-me profundamente. Cheira-me logo a regimes totalitários. Métodos pidescos, bufaria, violação do Estado de direito e assim por diante. Em resumo; como diria o antigo primeiro-ministro almirante Pinheiro de Azevedo, “chateia-me”. Por isso, por mais útil que possa ser o produto do assalto à correspondência alheia, mesmo que, de arrastão, ela possa servir para apanhar “gangues” de bandidos, não consigo olhar para o” bisbilhoteiro”, seja ele carteiro ou pirata informático, como gente de bem. E o estatuto de “bandido útil”, para mim, é poucochinho."
Graça Franco, Rádio Renascença
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