quinta-feira, 29 de junho de 2017

caos

1. Confusão dos elementos antes da criação do universo.
2. [Figurado]  Confusão.
3. Desordem.
4. Perturbação.

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

A teoria do caos está muito presente no dia-a-dia dos portugueses. Em todo o lado, a arraia miúda discute e propõe formas de melhorar o país nos mais diversos sectores de actividade, incidindo particularmente em formas de desburocratizar instituições e organismos. A pergunta-conclusão é sempre a mesma: mas eles (políticos) não vêem isto? 
Uma novidade: vêem. Por incrível que pareça, as pessoas que ocupam esses cargos, salvo raras excepções, são qualificadas e inteligentes o suficiente para perceber as idiossincrasias do país onde nasceram, viveram e que, de certeza, conhecem melhor do que qualquer cidadão comum. 
O problema é que o caos dá-lhes jeito. Com a organização instalada, ou a falta dela, podem fazer as suas negociatas, os seus esquemas, as suas tramóias: corrupção. Como diz um amigo meu, estão mais perto de "ganhar o belo".
Tomando como exemplo o recente incêndio em Pedrógão, se fosse tudo organizado não teria havido incêndio ou, pelo menos, não seria tão grave; se não houvesse incêndio não teriam trabalhado os helicópteros e aviões: dos amigos; não precisaríamos de um sistema (SIRESP) que não funcionou mas que foi comprado: aos amigos; não se faria um concurso para a aquisição das viaturas dos bombeiros que arderam que vão ser vendidas, adivinhem, pelos amigos; não seria preciso reflorestar a floresta pelas empresas dos amigos; as telecomunicações e a electricidade não seriam repostas pelas empresas dos amigos, que já foram vendidas a preço de amigo e que têm de justificar as gratificações que deram aos amigos; não eram constituídas comissões que vão analisar no terreno o que se passou, com pessoas que irão ser pagas a peso de ouro, pessoas que são: os amigos. Telejornais, Directos das Televisões, Concertos Solidários, Linhas de Apoio, Comissões Parlamentares não teriam existido. 
Resumindo: as vidas humanas pouco importam, para a generalidade dos políticos o que interessam são os interesses dos amigos. Por isso, a minha revolta...
Ainda pensei que os artistas que participaram no concerto solidário, com o tempo de antena que tiveram, falassem sobre estes assuntos, botassem a boca no trombone, que os desmascarassem, que dissessem alto e bom som que nunca mais pode acontecer uma situações destas, que vidas humanas não têm preço, mas, se calhar, também são amigos... 

N.B. Não falarei mais sobre este assunto.
N.B(1). O PCP e o Bloco de Esquerda ainda existem?
N.B(2). A comissão constituída para apurar responsabilidades nada irá concluir.

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