segunda-feira, 5 de setembro de 2016

P(ó)S

Por-que tenho o destino na mão,
Por-que caio espancado no chão?
Por-que sou um coração a bater,
Por-que a alma me está a doer?

Por-que uso mal a liberdade,
Por-que valorizo a palavra: saudade?
Por-que tenho um cérebro deste tamanho,
E um esqueleto de barro castanho?

Por-que choro sem sentido e procuro,
A verdade na mentira e no escuro?
Por-que penso que sou mais do que pó,
Por-que procuro gente quando quero estar só?

Por-que vou ao abismo buscar o céu,
Por-que assumo a culpa e me torno réu?
Por-que transpiro dor e não tenho paz,
Por-que sou um valete e me acho um Ás?

No passado nunca fui importante.
No futuro serei um mísero instante?

PP


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