sábado, 10 de setembro de 2016

Velha

Vi uma velha, cheia de velha,
Cara de rugas, olhos de menina.
Bege carranca, branco gadelha,
fedor a preto e a naftalina.

Já fora nova, cheia de nova,
fogo no rosto, luz no olhar.
Agora dormia, sentada na cova,
Caronte virá para a abraçar.

O espectro da velha, fez-me pensar,
tirou-me a paz, roubou-me a calma.
Tudo apodrece, menos o olhar,
porque ele é o espelho da alma!



Sem comentários:

Enviar um comentário