Ouvi, há uns dias, alguém dizer (RAP) num programa de televisão que os desejos para 2017 se resumiam a apenas um e esse era bastante simples: "a continuação do mundo".
Parece um desejo tímido, descabido, descontextualizado e inútil mas, se pararmos para reflectir um pouco, chegaremos a outra conclusão.
Alguém dizia que nunca devemos dar por garantida a liberdade. Podemos dizer o mesmo do mundo, dar por garantido o mundo?
Com a eleição do Trump, com o Putin mais poderoso do que nunca, com o gordo da Coreia do Norte a testar todos os dias bombas e mísseis é assim tão descabido e descontextualizado desejar que o mundo continue como está?
Eu sei que é extremamente egoísta desejar isto até porque em diversos pontos do globo existem guerras e fome e mortes e genocídios e naufrágios e miséria. Mas não era a esse estado de coisas que o desejo se referia. Por incrível que pareça, o desejo apenas se referia à continuação do mundo físico: do planeta, do mar e da terra, dos animais, das marés, das estações, dos anos e dias.
Para mim, para nós portugueses, com todas as dificuldades que temos, penso que o melhor mesmo era continuar assim, como está. No fundo, "tá bom assim".
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