sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A.C.

E se não há mais nada?
Se somos apenas corpo, 
Se somos apenas isto:
Pó...
Cinza...
Lembrança...
Uma foto a preto e branco
que alguém se esqueceu de queimar. 

E se nascemos
e depois morremos
e não há mais nada
e acaba tudo. 

E se todo o sofrimento acaba... 
em vão!
E se todas as alegrias são,
só, remendos da existência.

E se não houver mesmo nada, 
e a morte for a portagem desse nada, 
onde as almas são apenas e só
mentiras do tudo que foi tudo e que agora é nada.

E se não houver mesmo nada,
E se não nos encontrarmos em qualquer lugar,
Acredita que te amei desde o primeiro momento,
Que foste tudo pelo menos para mim,
E que desejo ardentemente ter sido tudo para ti,
E o nada do nada nunca poderá apagar isso. 

Amo-te.

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