O gato criou Deus e criou o homem para dar a estes, entretidos um com o outro, a possibilidade de o deixarem em paz.
Rui Caeiro
O gato criou Deus e criou o homem para dar a estes, entretidos um com o outro, a possibilidade de o deixarem em paz.
Rui Caeiro
Mercearias e centros comerciais, sacristias e hipermercados - tudo lugares onde a morte está à venda, civilizadamente e a preços módicos. Qualquer morte - seus produtos, marcas e derivados.
Rui Caeiro
O que me atrai não é tanto a força ou a paciência mas aquele seu jeito único de olhar, com alguma atenção, com alguma demora, para os palácios
Rui Caeiro
De tanto conviverem com os homens
foram ficando, estranho fenómeno
estúpidas que nem galinhas
Rui Caeiro
UMA ORAÇÃO
Senhor que tudo sabes e podes e nada fazes e ainda bem livrai-nos das prostitutas mais irresistíveis e dos padres que tudo perdoam e dos poetas que têm missão a cumprir mas principalmente livra os outros livra todos os outros dos inúteis sonhadores pretensiosos inveterados bêbados como Tu e eu
Por vontade da sua mãe, Lovelace cresceu a estudar ciência e matemática. Estes eram assuntos sensatos, distantes da influência perturbadora da poesia e da literatura.
Poemas que resolvem problemas, Chris Bleakley
Durante seis dias e sete noites
O vento soprou, dilúvio e tempestade encheram a terra;
Quando o sétimo dia chegou, a tempestade, o dilúvio e a tormenta,
Depois de lutarem como uma mulher em trabalho de parto, extinguiram-se.
O mar acalmou, o vento imhullu amainou, o dilúvio recuou.
Autor desconhecido, tradução para inglês de Stephanie Dalley
Épico de Gilgamesh, circa 2000 A. E. С.
Porque sei também
há quem espere a visita da liberdade
há quem não espere a visita da liberdade
há quem ponha a liberdade fora de casa
três espécies de gente que há-de ser julgada pela própria
liberdade
todos pavões das artes e das letras
A ideia da leitura como perda, mais do que a leitura como ganho, é uma mola psicológica essencial para se definirem estratégias eficazes, a fim de se livrarem de situações penosas com as quais a existência nos confronta, situações essas pelas quais já é tempo de nos interessarmos, depois de definirmos os diferentes tipos de não-leitura, e que a ideia de leitura como perda se concretize depois de ter passado os olhos pelos livros, através de um processo de aceitação ou de um esquecimento progressivo.
Como falar dos livros que não lemos, Pierre Bayard